“Somos múltiplos”, isto significa que, no fundo, somos como Fernando Pessoa, talvez menos poéticos, mas com tantas identidades como ele.
As nossas várias personalidades vão-se desvendando ao longo da nossa vida. A maneira como reagimos a certas experiências pode mostrar algo que nem nós sabemos que podemos fazer e, às vezes, as próprias experiências fazem com que uma nova pessoa brote de nós. Em momentos difíceis tendemos em mudar as nossas atitudes. Não sou experiente na matérias, mas penso que essas mudanças servem para nos protegermos de outras deceções.
“(…) habitados por heróis e vilões que se digladiam em silêncio dentro de nós.”. Nós somos mais do que pensamos ser, somos uma vastidão de personagens do livro que é a nossa alma. Podemos soltá-las quando bem entendermos. Podemos ser poetas, podemos ser atores, até psicólogos e advogados, como eu costumo dizer, podemos ser o que “nos der “na gana”. Eu sou tudo isto e muito mais e tenho a certeza que todos à minha volta também são. Somos poetas quando nos lamentamos da vida, somos atores quando mentimos, somos psicólogos quando tentamos entender e ajudar os outros, somos advogados quando defendemos algo ou alguém, até podemos ser ladrões, quando tiramos as palavras da boca de outrem.
Assim, concluo que, mesmo sem saber, não divergimos do tão aclamado Fernando Pessoa. Podemos ser quem quisermos ser, porque nós “somos múltiplos”.
Texto: Beatriz Guerreiro Fotos: Carolina Santos