Os densos olhos verdes observam o horizonte como se tentassem descobrir o que existe para lá daquela imagem verdejante que reflete naquele olhar e parece não ter fim. Criam espetativas de algo impossível de ver, algo impossível de tocar, algo que não existe. Criam esperanças, apaixonam-se, veem pela primeira vez o mundo de outra maneira. Mas no fim, desiludem-se, o brilho que diariamente se encontra naqueles olhos desvanesce-se, tornam-se escuros, monótonos e o único brilho que têm é o das lágrimas que caiem e escorregam pela face pálida. E depois ficam ali, aqueles densos olhos verdes que observam o horizonte, sofrendo com o seu primeiro amor.

Texto: Beatriz Guerreiro Foto: Inês Tojinha
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