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Alimentar pombos com sonhos

Estou a escrever este texto com a certeza quase absoluta de que tu não o vais ler. Estás demasiado ocupado não é? Eu não te julgo, criticar nunca foi fácil e ficar parado também não. Não percas tempo, não repares em mim, continua a contar gostos no Instagram que eu continuo a contar derrotas e frustrações. Não estou frustrada com as derrotas, estou frustrada com a sociedade, estou frustrada contigo. Mas não vale a pena, tu não vales a pena, e a única pessoa que pode mudar isso é aquela que vês quando te olhas ao espelho. Estás satisfeito com o reflexo? Não deixes cair a tua máscara transparente ou alguém pode olhar para ti e perceber que és real. Não vivas porque um dia vais morrer, mais vale ficar sentado num banco de jardim e alimentar pombos com sonhos.

Eu pelo menos fui à guerra, sabendo à partida que ia perder muitas batalhas. A isso chama-se viver, devias experimentar. Fiz o que me pediste e não pediste, não descansei para te ver cansado, não sorri pelo teu sorriso e mesmo assim tu continuas parado. Por isso faz-me um favor e deixa de lado a hipocrisia, não precisas de fazer nada, apenas faz nada longe de mim.

É verdade, provavelmente ainda nem percebeste quem és, não és ninguém, ou melhor, és toda a gente. Já foste eu, já foste aqueles que me desiludiram, já fomos todos. Mas não devíamos ser, porque o mundo continua a rodar sem nós, só temos de decidir se queremos rodar com ele.



Texto e foto: Inês Tojinha

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